Em primeiro lugar, queria pedir desculpa pela minha ausência estas duas semanas, mas tive um problema informático que me impossibilitou o acesso à internet e consequentemente não pude actualizar este espaço.
Como sabem, sou treinador de uma equipa de escolas B (sub-10 e sub-9). Há duas semanas iniciou a segunda fase do campeonato. A associação de futebol a que pertenço achou por bem que as equipas a defrontar seriam as mesmas da primeira fase, algo que não concordo porque não é motivante para os atletas, mas não é essa a questão.
Na primeira fase defrontei uma equipa que tem tradições no futebol português (a equipa sénior está na primeira liga) e os miúdos estiveram muito bem conseguindo derrotar essa equipa por 2-1. Ora o treinador dessa mesma equipa achou por bem nesta segunda fase levar 4 atletas mais velhos (sub-11). Curiosamente, o resultado foi ainda mais dilatado tendo a minha equipa obtido uma vitória por 4-1.
Embora não me considere senhor da verdade, nem nada que se pareça, há coisas que me parecem apenas um problema de bom senso. O treinador dessa equipa, que tinha no mínimo mais 15 anos do que eu, esteve constantemente a criticar os seus atletas com uma linguagem, que nem com adultos deve ter. No final do encontro protestou com tudo e com todos tendo mesmo realizado algumas ameaças para o jogo da segunda volta, que será realizado no seu estádio.
Será que só eu penso que as crianças aprendem com o ambiente em que vivem?
- Os jovens que vivem com as criticas constantes do treinador… aprendem a censurar.
- Os jovens que vivem com a hostilidade do treinador, pais, dirigentes… aprendem a ser conflituosos.
- Os jovens que vivem com treinadores que os ridicularizam… aprendem a ser envergonhadas e a sentir-se culpados.
Eu sou da opinião que as pessoas, especialmente os jovens, aprendem melhor seguindo um bom exemplo, do que através das palavras que lhes sejam ditas sobre a maneira correcta de agir, principalmente da forma como foram as deste treinador.
2 comentários:
Concordo em absoluto.
Mais não seja porque, para alem de estarmos a ensinar a jogar futebol, estamos tambem a ensinar a viver em sociedade, a pertencer, a viver num mundo em que o meu proximo é tão importante quanto eu.
Tambem já vivi situações semelhantes e normalmente fico com 2 sentimentos diferentes.
Primeiro, de orgulho, porque os meus jogadores são os primeiros a chamar-me a atenção para o comportamento do treinador adversário, sabendo que não é o comportamento correcto.
Depois um certo sentimento de impotência, já que.. num "mundo ideal" esses treinadores não deviam existir, todos os agentes ( treinadores, professores, auxiliares de educação, massagistas, directores do clube, pais.. etc ) são responsáveis por dar bons exemplos para os miudos e ... infelizmente nem sempre isso acontece.
Não podemos ajudar todos ao mesmo tempo, mas temos obrigação de sermos responsaveis pelos "nossos".
Bom post!
Caro Blogger, sou pai de um jovem atleta que curiosamente joga também nas escolas, B no caso.
Infelizmente todos os fins-de-semana deparo-me com situações que me obrigam a entender a sua indignação.
Pais e treinadores contribuem para muito do que negativo existe nestes escalões mais jovens, dedicando-se muitas vezes, pouco tempo ao essencial, a formação desportiva e cívica dos pequenos jogadores...
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