Frases que dizem muito...

"A forma não é física. A forma é muito mais do que isso. O físico é o menos importante na abrangência da forma desportiva. Sem organização e talento na exploração de um modelo de jogo, as deficiências são explícitas, mas pouco têm a ver com a forma física." (José Mourinho)

quarta-feira, 14 de maio de 2008

CRÓNICA SEMANAL: "uma forma moderna de escravatura"


Pois é, o Euro’2008 está quase a começar, já temos os jogadores escolhidos! Começamos a sentir aquele nervosismo destas alturas, a ansiedade de jogadores, técnicos e adeptos. Ainda agora acabou o campeonato e todas as conversas, discussões debates, em que todos participamos um pouco, já está aí outra competição para prender a atenção. Não será assim o futebol “uma forma moderna de escravatura” como diz o sociólogo francês Jerôme Segal?

Mas não podemos olhar apenas para esta escravatura dos adeptos e das suas emoções. Sendo este espaço dedicado ao futebol Jovem, parece-me importante fazer uma ligação com esta realidade. Na conferência de imprensa de segunda-feira, onde se deu a conhecer os seleccionados, Gilberto Madaíl referiu que tinha de se investir na formação, chegou até a falar em 2 milhões de euros, para combater o crescimento do número de estrangeiros nas camadas jovens. É neste ponto que quero falar de uma nova forma de escravatura.

Se olharmos com atenção para os estrangeiros no futebol de formação no nosso país, vemos que a maioria provém de África e América do Sul, zonas onde há menos recursos, sejam eles materiais, físicos e sobretudo financeiros. Assim, as agentes/empresários visitam as famílias, prometem contratos na Europa, convencem-nas, muitas vezes, a endividar-se para comprar o bilhete de avião à procura de um sonho. Quantos conseguiram vingar no futebol sénior? E depois o que acontece? Por cada craque que aparece dessas regiões “há dezenas de milhares de jovens na miséria”.

Esta necessidade de se segurar este sonho Europeu leva a que alguns desses jovens utilizem todas as formas possíveis para o conseguir, seja alterar documentação para serem mais novos, utilizarem doping, etc.

Acho que o futebol necessita de ser repensado, ainda mais quando falamos de jovens e do futebol de formação, fiquei satisfeito com o anúncio de Gilberto Madaíl, também em Inglaterra vão apostar forte, finalmente perceberam que não chega ter a melhor liga do Mundo se nela só estão atletas estrangeiros.
.

terça-feira, 13 de maio de 2008

DIÁRIO DE TREINADOR: Cada vez melhores...


Esta semana jogava contra o primeiro classificado desta 3ª fase, uma equipa só com vitórias, inclusive já nos tinha ganho em nossa casa no tal jogo atípico onde o clube marcou mal a hora e, assim, não tivemos tempo para a palestra nem para aquecer. Este jogo tinha uma importância especial para mim, queria mostrar que a nossa equipa é bem mais forte do que mostrou naquele jogo.

Apesar desta preocupação a semana de trabalhou continuou a ser dedicada a melhorar o nosso modelo de jogo, como já disse anteriormente, nesta terceira fase apenas me preocupa a nossa forma de jogar, não quero saber se ganhamos ou perdemos, desde que a equipa jogue bem. Isso tem sido conseguido, a equipa está a jogar de uma forma brilhante, os miúdos têm evoluído imenso. Os adversários com quem temos jogado nesta terceira fase também têm contribuído para isso. São equipas com o nosso nível e, dessa forma, temos novas dificuldades todos os jogos.

Voltando ao jogo na palestra procurei aumentar os níveis de confiança dos miúdos, eu sei do que eles são capazes, agora eles têm de acreditar em si enquanto equipa.

O jogo começou e desde o primeiro minuto que assumimos o jogo, com uma organização ofensiva muito forte não estávamos a deixar o adversário criar perigo enquanto nos íamos tendo algumas jogadas onde poderíamos ter alterado o resultado. Foi de forma natural que aos 10 minutos da primeira parte marcámos golo, por sinal um grande golo num remate espectacular que levou a bola a entra no ângulo. Apesar de ter sido golo corrigi o miúdo que o marcou, pois rematou para o lado onde estava o guarda-redes! A primeira parte continuou com alguma desorientação da equipa adversária, acredito que não estavam à espera que criássemos tantas dificuldades e que dominássemos o jogo daquela forma. O intervalo chegou com o resultado (curto) de 0-1.

Ao intervalo procurei mostrar aos miúdos que apenas estivámos no meio deste jogo, que eles tinham de continuar a lutar pela vitória, de uma coisa podiam já estar certos estavam a fazer mais um grande jogo e a ser superiores.

A segunda parte decorreu da mesma forma, ou seja, continuámos a jogar muito bem, embora o domínio não tenha sido tão visível como na primeira parte. O tempo foi passando com os miúdos a resolverem todas as situações que iam aparecendo, até que no último minuto de jogo, na nossa única falha defensiva o adversário tem espaço para rematar e empata o jogo. Foi injusto para os miúdos, como já referi pouco me interessa os resultados, queria apenas jogar cada vez melhor, o que se verifica e mostrar que perdemos aquele jogo devido às circunstâncias do mesmo.

No final mostrei-lhes o quanto estava orgulhoso deles, estão mesmo a jogar muito. Sinceramente e sem falsas modéstias somos a equipa que melhor joga nesta terceira fase, não estamos em primeiros é certo, mas é muito bom ver os miúdos a jogar desta forma. Aproveito para referir novamente a importância de ter estes adversários, que criam dificuldades, que nos fazem evoluir cada vez mais, só mostra que a associação deveria reformular um poucos os campeonatos, a segunda fase deveria logo ser desta forma...

sexta-feira, 9 de maio de 2008

FUTEBOL JOVEM E O MUNDO: AC Milan

Esta semana escolhi o AC Milan e Eddie Marles, director do clube para a América do Norte e América Latina. Vou falar um pouco sobre um programa que o clube tem para o futebol de formação, os campos de férias. Este programa iniciou, em Maryland, Baltimore em 1999. Desde essa altura alargaram-no a mais 10 estados americanos, bem como a 8 locais no Canada. O mesmo se passa com outras zonas do globo sendo, actualmente, considerado o número um nestas iniciativas, envolvendo mais 100,000 crianças todos os anos. Estes campos criados pelo AC Milan, recebem rapazes e raparigas desde os 6 anos até aos 17.

Eddie Marles nasceu na Colômbia, onde desenvolveu o seu gosto pelo futebol, mas emigrou cedo para os Estados Unidos com os seus pais. Em relação à sua associação com o AC Milan começou de uma forma curiosa. Marles tinha uma empresa que começou a prestar serviços de catering para o clube, foi assim que o staff técnico do clube o conheceu. Mais tarde começou a pesquisar mais sobre o clube e os seus objectivos, sobre os programas e territórios que abrangiam. Foi assim que se associou a este programa através das suas capacidades de organizar eventos.

Em relação ao programa, o foco é o desenvolvimento integral do jovem. É o pensamento que todos têm de ter. Também dão grande importância ao criar um ambiente divertido enquanto aprendem. Já em relação ao staff técnico Marles refere "Os treinadores são muito experientes e dinâmicos, a maioria deles viajam por mais de 40 países onde temos este programa". "As manhãs são dedicadas geralmente dedicadas ao treino técnico enquanto as tardes, dedicamos a conceitos tácticos e jogos". Esta forma de organização está também dependente dos miúdos que frequentam os campos. "Em algumas regiões há crianças extremamente talentosas, enquanto em outras eles apenas estão a aprender a movimentar-se, nós tentamos ensinar as crianças a serem coordenadas. É incrível ver quanto evoluem estes jovens numa semana com um bom método de ensino".

Muitos destes jovens que têm participado nestes campos acabam por ingressar nas academias da Florida, Califórnia, Toronto e no resto do mundo, neste momento são mesmo considerados uma peça fundamental na estrutura do clube.

Voltando ao staff técnico presente nestes programas, são treinadores altamente certificados, muitos deles são ex-jogadores, embora Eddie Marles refira que ser ex-jogador não significa que possa ser um treinador, é na verdade uma mais-valia. "Todos os nossos ex-jogadores continuam a fazer parte da nossa instituição. Desde Leonardo a Baresi. É como uma família e, nunca se abandona a família. Se notarem toda a estrutura do Milan é composta de ex-jogadores. Ancelotti, Tasotti, Costacurta, Baresi, Evani e Galli. Actualmente o staff está sob um programa de treino e actualização de forma a implementar a nova plataforma de treino, é um sistema que é considerado dos mais avançados do Mundo, para programas com jovens".

Este programa tem muitas particularidades que atraem os jovens, desde a presença de figuras do clube, como Paolo Maldini, Gennaro Gattuso, Alessandro Nesta e Clarence Seedorf. Depois têm também pacotes de viagens para Itália, sejam apenas para o jovem ou em conjunto com os pais.

É um programa de treino interessante, penso que poderia ser aproveitado por muitos clubes de forma a atrair jovens para os seus quadros.

O verão passado estive prestes a fazer parte de um programa semelhante num clube inglês, era uma oportunidade de me enriquecer enquanto treinador, conhecendo outras formas de trabalhar. Desde que comecei esta categoria, Futebol Jovem e o Mundo, tenho pesquisado bastante sobre clubes, treinadores e programas, não se compara com a vivência da própria realidade, é certo, mas considero que me tem feito evoluir na minha função de treinador e, sendo o meu sonho coordenar o futebol jovem de um clube, quanto mais realidades conhecer mais ideias consigo adquirir.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

CRÓNICA SEMANAL: Importância da vertente social dos clubes


Esta semana, fui observar um jogo de uma equipa na qual conheço alguns treinadores. Esse clube está numa zona onde existem várias equipas, muitas delas com alguma dificuldade em ter atletas suficientes em todos os escalões, assim, muitas vezes os miúdos têm de jogar pelo escalão superior.

Fiquei a ver esse jogo com um desses treinadores. A dada altura perguntei porque não ia buscar os melhores miúdos dessas equipas, já que a distância não era muita e assim já poderiam jogar no escalão correcto e inclusive aumentar a qualidade da equipa, isto é, criar um pequeno departamento de prospecção, ou algo semelhante. A resposta surpreendeu-me, foi-me dito que isso não era possível porque muitos desses miúdos têm dificuldades financeiras e não poderiam pagar a mensalidade que naquele clube é exigida enquanto são atletas de formação.

Ora o futebol nunca foi considerado um desporto de elite e assim tem de continuar, disponível para todos, independentemente do tamanho, capacidades, cor ou credo. Como actividade, oferece valores educacionais, benefícios para a saúde, oportunidades sociais e desportivas. Podemos mesmo afirmar que é um óptimo veículo para o desenvolvimento pessoal e, na maioria das vezes, são estes miúdos que têm mais dificuldades que precisam destas actividades. Concordo que a formação deve ser paga, não é isso que está em questão, mas se podemos ajudar esses miúdos não o devemos fazer?

Há uns tempos apresentei uma série de ideias a uma pessoa ligada a um clube, a resposta que obtive foi, arranja recursos financeiros para implementarmos isso. Eu então penso ao contrário, devemos implementar as ideias para trazermos mais verbas financeiras para o clube. É como esta situação, podemos não receber compensações financeiras directamente dos miúdos, mas se com eles aumentarmos a qualidade das nossas equipas, mais atractivo se torna o clube para outros miúdos, esses sim com possibilidades de pagar a mensalidade. Pode ainda haver a possibilidade de uma futura transferência para um clube de maior dimensão.

Todos os clubes deveriam ter programas desportivos, sociais e promocionais capazes de chegar a públicos mais alargados. É por isso que dou tanta importância à existência de uma pessoa responsável por estes assuntos, podemos chamar de coordenador se quiserem, não interessa a designação mas, se um clube quer crescer, tem de fazer a diferença com a qualidade dos serviços que presta à sociedade onde está inserido.
.

terça-feira, 6 de maio de 2008

DIÁRIO DE OBSERVADOR: Pais também têm culpa...

Nesta categoria, diário de observador, normalmente falo de situações com que me deparo em diversos jogos que vejo. Desta vez irei falar, não de um jogo mas, de uma situação que ocorreu durante um treino na escola de futebol da qual faço parte.

Neste momento ocupo um lugar, que alguns chamam de coordenador técnico, isto é sou eu que observo todos os treinos que estão a ocorrer e se necessário intervenho de modo a aumentar a qualidade dos mesmos.

A situação ocorreu na nossa turma de miúdos de 2001/2002. Nessa turma existem dois miúdos que são irmãos, um de 2001 outro de 2002. O miúdo mais velho teve alguns problemas de integração ali na nossa escola, no inicio chorava muito, isolava-se etc. Há uns meses entrou o irmão mais novo que se conseguiu integrar melhor, inclusive ajudou na integração do mais velho. Importa ainda referir que os pais acompanham sempre os miúdos, ficando a mãe na bancada a assistir enquanto o pai se coloca mesmo encostado à vedação que está a delimitar o campo.

Neste treino o mais novo apareceu com uma bolha no pé que lhe estava a provocar algumas dores e que o levou a abandonar o treino, indo ao encontro da mãe na bancada. O mais velho apercebendo-se disso começou a olhar constantemente para o pai e, a dada altura, o pai retirou-o do campo, sem informar o treinador e sem ser pelo sítio indicado para o fazer.

Prontamente intervimos chamando o pai e o jovem, esclarecemos que aquela não era a forma correcta de actuar, o miúdo começou logo a dizer que não queria mais treinar, queria ficar com o pai. Nós temos um psicólogo que acompanha o treino, que tentou conversar com o miúdo enquanto nós falávamos com o pai sobre os problemas que esse miúdo tinha para se integrar ali.

Chegando ao fim da conversa, conclui que o grande responsável pelo miúdo ser assim é do pai e passo a explicar. Este miúdo com 6 anos (faz sete brevemente) ainda não se veste uma única vez sozinho, é o pai que faz sempre essa tarefa, isto mostra que o miúdo é super protegido, ou se quiserem mimado pelo pai, não criou autonomias, esta dependente dele para tudo, essa é a razão para todos os seus problemas de integração.

Identificado o problema, cheguei à conclusão que tenho de ter atenção a essa situação, o treinador dessa turma não pode prejudicar o seu treino nem os outros miúdos. Assim, o treinador deixa de ter essa preocupação e irei ser eu a actuar em relação ao miúdo de forma a desligá-lo do pai e a torná-lo autónomo, esse meu trabalho será em conjunto com o psicólogo, embora cada um actue numa área diferente deste problema.

Estou a contar esta situação para mostrar que muitas vezes são os pais que “estragam” os filhos, como se costuma dizer, devemos “ensinar a pescar” mais do que “dar um peixe”.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

DIÁRIO DE TREINADOR: Que orgulho...

Esta semana iniciava a segunda volta desta terceira fase contra a equipa que tinha empatado. Sendo o jogo em minha casa estava com esperança de um resultado positivo e assim distanciar-me dessa mesma equipa.

Quando fui para o relvado logo uma coisa chamou a atenção, a equipa adversária tinha convocado miúdos da equipa A, isto é, atletas mais velhos que nasceram em 1997. Alertei os meus miúdos para essa situação, ou por outra, tentei com isso motivá-los ainda mais para este jogo importante.

O jogo iniciou com um remate directo de um desses miúdos mais velhos à baliza, mostraram assim como seria o jogo, utilizar esses miúdos e a vantagem de serem mais velhos. Ainda bem que tenho uns miúdos que me deixam orgulhoso, da sua forma de jogar, em quem confio para todos os jogos sem precisar de utilizar miúdos mais velhos, aliás tenho até 3 miúdos de 1999. É a velha questão, interessa os resultados desportivos ou a formação dos jovens?

O resultado foi-se mantendo ao longo da primeira parte com a minha equipa a mostrar que não é o tamanho nem a força que ganha jogos, inclusive, aos quinze minutos, chegámos mesmo à vantagem através de um lance de bola parada. Poucos minutos depois num lance individual vencido pelo jogador da equipa adversária em velocidade, há um cruzamento onde a bola sofre um desvio e vai parar aos pés do avançado que apenas teve de empurrar fazendo a igualdade com que chegámos ao intervalo.

Ao intervalo dei os parabéns aos miúdos estavam com uma atitude fantástica, em termos de jogo eram eles que pareciam os mais velhos, os mais maduros. Mais uma vez disse que acreditava neles para vencer este jogo.

Na segunda parte num lance semelhante a equipa adversária volta a marcar golo, ficando em vantagem. Esse golo despertou nos meus miúdos um espírito guerreiro incrível, não tiveram medo nenhum de ir para cima deles e não fosse os remates distantes, os adversários nem criavam perigo. Perto do final um lance magnífico, que pode servir para resumir o jogo, um dos meus jogadores de 1999 à entrada da área dá um “cabrito” num desses miúdos de 1997 e, sem deixar a bola cair, remata colocando a bola no ângulo superior direito do guarda-redes, espectacular. Os miúdos festejaram os pais festejaram os pais dos adversários bateram às palmas. Mas no último lance do jogo o ditado, água mole em pedra dura, tanto bate até que fura, cumpriu-se e num remate distante conseguiram marcar de novo vencendo o jogo por 3-2.

Perdemos, é certo, mas saí do jogo com um orgulho imenso nestes miúdos, perdoem-me o que vou dizer, mas jogamos muito. No final disse a todos, “parabéns, estou muito satisfeito, mostraram que nem com miúdos mais velhos mereciam ganhar, no inicio da época escolhi para a equipa cada um de vocês, é com vocês que adoro trabalhar durante a semana e nenhum atleta da equipa A tinha lugar nesta equipa, vocês estão a evoluir de uma forma fantástica é isso que tem de ser importante e não se ganham hoje. Agora, imaginem esta equipa para o ano a jogar com vocês... "

quinta-feira, 1 de maio de 2008

FUTEBOL JOVEM E O MUNDO: Arsenal


Desta vez continuo por Inglaterra e agora vou até Londres. Vou falar do Arsenal, clube que me fascina há muitos anos pela sua aposta em jovens e de Liam Brady responsável pelo futebol jovem do clube há sensivelmente 12 anos.

Como Liam Brady cresceu no clube, já que entrou no arsenal em 1970 como uma jovem promessa, foi fácil aceitar o cargo que hoje ocupa. Uma espécie de retribuição, já que foi sempre muito bem tratado.

Nos últimos anos, jogadores como Aslhey Cole, Steve Sidwell, Jermaine Pennant, Justin Hoyte e Cesc Fabregas chegaram à primeira equipa do arsenal, sob o comando de Arsene Wenger, vindos na fantástica academia no clube situada Hertfordshire. Assim, hoje é muito fácil atrair jovens para o clube.

Quando Brady chegou, o clube estava em transformação, Arsene Wenger tinha convencido o clube a ter um novo centro de treinos, o responsável pelo futebol jovem do clube teve então de fazer pressão para a formação fazer parte dessa estrutura. Hoje em dia possuem um campo apropriado para qualquer estado meteorológico, uma área coberta e cinco fantásticos para a prática de futebol.

O departamento de formação do clube é uma estrutura enorme. Têm dez pessoas a tempo inteiro a trabalhar e cerca de 30 que trabalham em regime part-time. Há ainda vários observadores que o clube possui. Em relação a este tema dos observadores há uma curiosidade que Liam Brady refere “Nós não temos observadores em Manchester ou Newcastle e sítios desse género, não tem qualquer fundamento pois eles têm de ir para os clubes locais.” Apesar disso o Arsenal possui imensos observadores por toda a Inglaterra, maioritariamente em Londres, Escócia, Irlanda e em toda a Europa.

Como politica para o futebol jovem, o clube está concentrado em observar todos os atributos que pensam ser vitais, mas sobretudo dão muito valor à técnica individual dos jogadores. Para os responsáveis os jogadores têm de ser atléticos assim, possuem um programa de desenvolvimento físico, onde os atletas têm de ser dedicados e onde recebem orientação nesse aspecto.

Brady refere um aspecto que espera que brevemente se venha a alterar no clube, “Nós não temos jogadores ingleses suficientes no clube. Espero que nos próximos dois, três anos essa situação tenha sido alterada já que temos um óptimo grupo de jovens jogadores a aparecer”. Mas não se pense que é contra a contratação de atletas estrangeiros, “ Assinar com jovens estrangeiros é essencial para o Arsenal. Se nós pensarmos que existe um jogador especial e que nós pensamos que podemos ficar com ele, vejam o exemplo do Cesc Fabregas, nós trabalhamos arduamente para que isso aconteça. Penso que com as facilidades e a estrutura que temos, nós conseguimos atrair esses jovens.”

Claro que todo este trabalho resulta também por culpa de Arsene Wenger que é conhecido por apostar nos jovens “Enquanto a direcção e o treinador na equipa principal nos der o apoio que precisamos para continuar com o nosso trabalho, nós seremos cada vez mais fortes, se perdemos esse apoio aí será um problema”. Brady confirma ainda que os jovens muitas vezes escolhem o clube pela aposta que o técnico francês faz nos jovens, “ Eles sabem que irão ter uma oportunidade se forem suficientemente bons enquanto no comando estiver Arsene Wenger”.

Hoje em dia um clube como o Arsenal têm de ter os melhores jogadores no clube por isso é que os observadores desempenham um papel tão importante nos clubes de sucesso. Se depois tivermos os melhores treinadores para os trabalharmos e uma estrutura que apoie estes jovens e aposte neles seguramente todos este processo será um sucesso.