Frases que dizem muito...

"A forma não é física. A forma é muito mais do que isso. O físico é o menos importante na abrangência da forma desportiva. Sem organização e talento na exploração de um modelo de jogo, as deficiências são explícitas, mas pouco têm a ver com a forma física." (José Mourinho)

quarta-feira, 19 de março de 2008

FUTEBOL JOVEM E O MUNDO: Bristol City


Hoje vamos numa viagem até Inglaterra, mais propriamente a Bristol conhecer um dos clubes da cidade, o Bristol City e a sua academia.

Bristol é uma das maiores cidades do Reino Unido, mas isso não se reflecte nos clubes locais que não acompanharam o desenvolvimento da sua cidade. Há alguns sinais de que isso pode mudar, por isso vou falar um pouco deste clube.

Actualmente na primeira equipa do Bristol City há seis jogadores que pertenceram à equipa de sub-9 do clube! Este aspecto também é visto como a chave para ultrapassar as dificuldades financeiras do clube.

O clube coloca os sub-9 como o “target” a investir, assim quando chegam às equipas de sub-11 já é esperado que tenham um certo grau de desenvolvimento. Os treinadores colocam o seu próprio programa de treino em discussão com os restantes para assim ajudarem os jovens a atingir esses níveis pretendidos. O programa de treino para os miúdos entre os 9-11 anos está focado no desenvolvimento da técnica através de jogos reduzidos.

É evidente que Frank Jacobs, Ian Tincknell e Ian Rossiteros, os três treinadores deste escalão, compreendem as necessidades dos jovens que treinam e adaptam o treino ao nível deles. O ambiente de treino é divertido mas ao mesmo tempo profissional e as crianças estão claramente divertidas nos treinos. Os técnicos começam por dispor os jovens aos pares e utilizam alguns exercícios do método de Coerver para criar familiaridades com a bola,

Frank Jacobs explica que a razão porque fazem tudo aos pares é porque assim encorajam os jovens a olhar uns para os outros e enquanto praticam os exercícios mantêm a cabeça levantada. Frank está convicto que aos jovens assimilam os bons hábitos no inicio e de seguida continua a incentivar durante os jogos reduzidos a manter a cabeça levantada.

Há imensos exercícios de 1x1 onde os jovens têm de ultrapassar os seus adversários e marcar golo, ou então têm de manter a posse de bola através de fintas, dribles sempre com a preocupação de manter o seu corpo entre a bola e o adversário. A sessão de treino normalmente termina com jogos de 3x3 ou 4x4. Parece-me uma metodologia correcta para esta idade, embora considere que deve existir sempre o principal objectivo do jogo, o golo.

Outro aspecto curioso é os jovens serem encorajados a praticar as habilidades que aprenderam em casa, aliás para os técnicos é essencial este trabalho extra para desenvolver ainda mais o programa da academia.

Bristol têm uma vasta comunidade Afro-Caribenha e é interessante ver que poucos jovens entre os 9-11 anos estão a treinar no clube enquanto fora dele existem vários a treinar, embora com idades mais avançadas. Roger Barton, responsável pelo departamento de recrutamento explica que esses jovens muitas vezes têm falta de confiança outras, por pressão dos seus pares, não se deixam envolver com o clube, mais tarde, na adolescência, eles percebem que para além de um enorme paixão pelo jogo, também é uma hipótese de melhorar a sua vida.

Concluindo o Bristol City é neste momento um clube com futuro e representativo da comunidade local. Nos próximos anos veremos se o gigante adormecido, como foi caracterizado pelos seus responsáveis, acorda e aparece num plano superior condizente com a sua cidade. Existem, com toda a certeza alicerces sobre os quais o clube se pode desenvolver, por isso devem agradecer os esforços e a dedicação de várias pessoas como o Frank Jacobs, Roger Barton, Ian Tincknell e Ian Rossiteros.

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