Frases que dizem muito...

"A forma não é física. A forma é muito mais do que isso. O físico é o menos importante na abrangência da forma desportiva. Sem organização e talento na exploração de um modelo de jogo, as deficiências são explícitas, mas pouco têm a ver com a forma física." (José Mourinho)

terça-feira, 9 de setembro de 2008

DIÁRIO DE OBSERVADOR: Formas de trabalhar...

Como já aqui referi anteriormente, costumo observar outros treinos para tentar retirar algumas coisas que me façam enriquecer como treinador.

Há uns dias observei um treino na chamada “velha guarda”, treino por circuito, baseado naquilo a que os treinadores chamaram de resistência física.

Existirem este treinos, com toda a informação que há nos dias de hoje é incrível. Mas agora correm com uma bola nos pés, já é treino integrado. Será que isto se justifica?

No outro dia voltei a ver o Karaté Kid, um filme já com uns anos. A dada altura o miúdo vê um poster de um homem a partir um grande tronco de uma árvore e pergunta ao mestre se conseguia fazer aquilo. A resposta foi, “não sei, nunca fui atacado por uma árvore”.

É verdade que estamos a falar de karaté, mas esta resposta serve para esta situação. O que nos vale que os nossos miúdos consigam dar 50 voltas ao campo a correr? Para mim pouco ou nada…

“Um pianista não corre à volta do piano nem faz flexões com os dedos, limita-se a tocar piano…”

4 comentários:

Dennis Bergkamp disse...

Ainda hoje voltei a ver um treino desses, tem sido uma constante nesta equipa que sigo com atenção e a situação vai continuar.

A pergunta é... até quando?

No caso desta equipa, a qualidade individual do plantel é tão grande, que muito provavelmente, estes treinadores, com metodologias do tempo em que se importavam os treinos das modalidades individuais para as colectivas, vão subir de divisão. Vão ser aclamados por dirigentes e pais pela proeza, e continuar convencidos de que a metodologia que utilizam é a mais correcta.

O que fazem no treino, não tem rigorosamente nada a ver com a modalidade que praticam. Se for preciso fazem uma estação com jogos reduzidos de 2x2, e julgam que o treino é a loucura.

Isso e a lavagem cerebral que os miudos levam. "vamos ganhar bastantes jogos na 2ª parte! quando os adversarios estiverem todos rotos, nós ainda estamos cheios de força!"

Infelizmente de vez em quando tem de haver um post sobre este assunto.

Abraço

Jotas disse...

Caro Ricardo, pelo que li do seu comentário no meu post, julgo conhecê-lo do Linda a Velha, mas adiante.
Não sou treinador nem nada que se paeça, sou um amante de fuebol que também aprendeu a gostar e a valorizar o futebol deformação e a observar o espaço que rodeia uma equipa de jovens praticantes da modalidade, aliás confesso até com certa mágoa, que gosava de saber mais e de me valorizar nessa área, a ver vamos setal se proporciona.
Não sei se vou dizer algo absurdo ou não, até porque o que vou dizer ressalta daquilo que se comenta e de diálogs com pessoas que treinam miúdos. Sempre ouvi dizer que um trabalho muito físico, tais como circuitos de que fala, ou trabalho muscular, é m idades muito jovens contra natura, atrofia os músculos e o desenvolvimento normal, o treino de jovens deve ser diversiicado, que vise muita bola e a resistência adquire-se por aí, sem uma subcarga de trablho puramente físico, por isso, quand ouço comentários do género estes míúdos deviam era fazer ginásio, ter mais cargas ísicas na pré-época, fico perplxo e sou obrigado a dizer a essas pessoa que quando não sabem não devem falar e que aquilo que estão a dizer é tudoo que não se deve fazer, mas se calhar sou eu que estou errado e não percebo naa disto.
Um abraço e aqui está um espaço para acompanhar com regularidade.

Zé Barbosa disse...

alo ricardo!
Com todos estes anos q convivemos e trabalhamos juntos, penso poder dizer q partilho das mesmas "convicções metodológicas" que tu. Também questiono o porquê de muitos desses treinos que referes, mas... estarão a trabalhar mal???? Quem sou eu para o dizer? Depende sim do escalão de que falamos. Posso arriscar que até.....Iniciados, esses métodos não sejam os mais indicados por tudo e mais alguma coisa (motivação, aprendizagem, desenvolvimento físico e principalmente cognitivo etc..etc..etc..). agora, a partir daí, que método é o mais indicado? tradicional?integrado?periodização táctica? qualquer um deles.... desde que cumpra o objectivo = GANHAR. a partir do momento em que o objectivo é rendimento, o melhor método é o q permite chegar à vitória no final da competição. Duvido que em todos os clubes de topo se trabalhe de acordo com a nossa "crença metodológica", e é por isso que não atingem resultados? O Lyon foi campeão 5 ou 6 vezes consecutivas trabalhando pelo método tradicional. Sempre existirão pessoas a trabalhar das várias maneiras e a atingirem resultados. O importante é, dentro do que acreditamos ser o melhor, trabalhar mesmo a sério e com certeza do que fazemos, pq senão...mais vale sermos redutores e voltarmos ao básico.
Grande abraço e muito boa sorte para a próxima época.
Vemo-nos lá em cima ;)

Ricardo Damas disse...

Parece-me aqui importante referir, antes de mais, que não se discute pessoas neste espaço, mas sim ideias

Sou da opinião que quando o objectivo é formar, ou seja, futebol de formação o obejctivo é melhorar a prestação jogo a jogo, treino a treino. Ganhar? todos nos queremos seja em que escalão for, também isso é formar.

Ou seja ganhar é um meio e não um fim. Claro que como diz o bruno os resultados são muitas vezes, ou sempre, a avaliação do nosso trabalho qualquer que seja a metodologia. Ha vários treinadores com metodologia semelhantes e os resultados são muito diferentes, há mais factores a ponderar...

O que será mais importante, ganhar um determinado numero de jogos, ou fornecer aos nossos jogadores conhecimentos que permitam a sua evolução. Gosto de pensar que trabalhando com jovens tem de ser essa a nossa preocupação metodologica, aumentar o conhecimento deles em relação ao jogo e duvido que a correr à volta do campo o consigam.

Há ainda treinadores que tem um grupo de atletas ja com muita qualidade que qualquer que seja a forma de trabalhar iram ter bons resultados, a evolução é que foi zero.