Frases que dizem muito...

"A forma não é física. A forma é muito mais do que isso. O físico é o menos importante na abrangência da forma desportiva. Sem organização e talento na exploração de um modelo de jogo, as deficiências são explícitas, mas pouco têm a ver com a forma física." (José Mourinho)

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

DIÁRIO DE OBSERVADOR: Breve reflexão

Um dos assuntos que me interessa no futebol jovem é, a detecção, selecção, recrutamento de “talentos” e o seu posterior desenvolvimento.

Mas o que é isto dos talentos? Para o Prof. Júlio Garganta “um talento é alguém capaz de uma performance acima da média num dado domínio e em vários momentos.”. Não sei se ser um talento é apenas estar acima da média, parece-me que tal como disse há pouco tempo o Sr. Aurélio Pereira, a designação de talento está quase a tornar-se uma banalidade. Um talento tem de ser muito mais que isso.

Nos dias de hoje, é unânime que sem um processo de detecção, selecção e recrutamento de “talentos” os treinadores terão dificuldades em preparar uma equipa para competir ao mais alto nível, para além disso os clubes, devido às dificuldades financeiras começam a olhar para o futebol de formação de outra forma. Dessa forma surge a necessidade de criar departamentos de selecção e detecção de talentos nos clubes de forma a potenciar todo o processo de formação.

Tem-se dito que o segredo para o recrutamento de um atleta para um determinado clube é muitas vezes “chegar” primeiro, assim, este processo, na maior parte dos clubes, incide essencialmente em jovens com sete ou mais anos de idade, existindo para isso estratégias por parte dos clubes para o conseguir. Para mim outra das vantagens deste recrutamento nestas idades é ter um maior processo de evolução no clube de forma a potencializar o seu talento. Importa aqui referir a importância de possuir treinadores e treinos apropriados que possibilitarão aos jovens jogadores um maior desenvolvimento das suas qualidades.

Para que este processo de identificação e recrutamento de talentos ocorra de forma organizada, é essencial que o clube defina elementos chave para sabermos quais as características que pretendemos identificar nos jogadores. Era um assunto que poderia aqui ser muito explorado e desenvolvido mas, apenas dou um exemplo muito conhecido. O sistema TIPV (TIPS em inglês) utilizado pelo Ajax, onde o T simboliza técnica, aquilo que o jogador pode fazer com a bola; I é para inteligência, entendida aqui como cultura táctica; P é para personalidade, um aspecto muito importante para os detectores de talentos e formadores do Ajax; V significa velocidade, pois para jogar no Ajax é muito importante não só a velocidade simples, mas também é imperioso ter rapidez com a bola nos pés.

Para concluir este assunto, eu pessoalmente penso que é de extrema importância neste processo ter definido no clube o modelo de jogador pretendido. Este é um aspecto que muitas vezes penso ser descurado e que leva muitas vezes a que jogadores acabem por não se adaptar a determinada realidade…

3 comentários:

Dennis Bergkamp disse...

Que giro teres referido o TIPS!

Será que já tiveste nas mãos o livro das escolas do AJAX do Van Gaal?

Concordo em absoluto com a necessidade de se criar um "jogador tipo" de um clube, de modo a que se saiba o que se pretende encontrar.

Caso contrário... é tudo demasiado "random", cada treinador vai fazer aquilo que acha melhor.

Vem na senda de também haver uma metodologia estipulada de como desenvolver os jogadores selecionados para fazerem parte das equipas.

Só com ordem e planeamento é possivel chegar ao topo. Ordem e planeamento, no que diz respeito aos treinos, mas também na detecção dos "talentos".

Quero viver essa realidade!

Abraço

Jotas disse...

Parece-me que os clubes realmente vão olhando para a ormação com outros olhos, mas apenas até determinado patamar, pois a partir de certo momento do crescimento dos jovens futebolistas, os clubes parece esquecerem-se do investimento feito, apostando lá fora em vez de apostar nos jogadores que ajudaram a formar e a crescer dentro do espirito do clbe formador. Como já disse basta ver os nossos grandes, que até nos júniores já têm mais estarngeiros que portugueses, fruto tambémda indústria global, tal como o resto da economia em que se tornou o futebol. Hoje a caça ou detecção de talentos está muito para além do País, desenvolvendo-se por àfrica e américa do sul. Pena que depoi na sua transicção para o futebol sénior sejam muitas vezes abandonados e vetados ao esquecimento.

Ricardo Damas disse...

Penso que este processo de detecção, selecção e recrutamento de talentos não tem de ser apenas um fenómeno que ocorre nos clubes grandes. Também os clubes de média dimensão o podem fazer.

Por exemplo o ano passado fazia parte de um clube que poderia prefeitamente efectuar este trabalho numa escala menor, aliás era um dos pontos de um "projecto" que estava pronto a ser posto em prática mas que por esta ou aquela razão não foi para a frente...