Frases que dizem muito...

"A forma não é física. A forma é muito mais do que isso. O físico é o menos importante na abrangência da forma desportiva. Sem organização e talento na exploração de um modelo de jogo, as deficiências são explícitas, mas pouco têm a ver com a forma física." (José Mourinho)

quarta-feira, 2 de abril de 2008

CRÓNICA SEMANAL: Não há fórmulas mágicas


Há uns dias falava com um colega sobre o meu blogue e sobre as categorias presentes nesse espaço. A certa altura, fui questionado porque não fazia uma categoria sobre exercícios de treino que eu utilizo. Ora isto fez-me estar aqui hoje a escrever, sendo que não está exclusivamente relacionado com o futebol jovem.

Um exercício que feito por mim pode ser o melhor para trabalhar o que pretendo, com outra pessoa pode ter resultados nulos, pois com toda a certeza que a sua abordagem vai ser diferente.

Tive um professor que uma vez me disse que uma boa maneira de “avaliar” um treinador era através da análise de um exercício que todos nós enquanto treinadores fazemos, a rabia. A cada dia que passa, a cada jogo que observo, a cada plano de treino que analiso, cada vez mais concordo com as suas palavras. Este exercício pode ser o melhor do mundo, mas também pode ser apenas para preencher o tempo da sessão de treino sem ir ao encontro do objectivo.

Marcello Lippi, refere que os treinadores nunca devem parar de aprender e que devem usar os conhecimentos adquiridos para desenvolverem a sua personalidade e visão do jogo. “Temos de sentir a necessidade de alargar os nossos horizontes e aprender mais, porque é disso que necessitamos quando somos chamados a resolver problemas. Um treinador não pode dirigir apenas por ler livros. Eu próprio criei as minhas sessões de treino. Os livros dão-nos os conceitos, mas o resto deriva da experiência. O mais crucial é a gestão dos recursos humanos ao nosso dispor. É importante ter uma personalidade forte e tentar impô-la, sem, no entanto, criar medos nas outras pessoas”.

Já Mourinho, nas suas crónicas na revista record dez, disse, "Carlos Carvalhal esteve aqui dez dias e a forma como me abordou foi diferente - 'Zé, gostava de conversar contigo, gostava de ver o Chelsea sem te chatear e roubar o teu tempo. Ou ao pequeno-almoço, ou ao almoço, ou depois do treino, só quero conversar contigo'. Sem caderno e caneta na mão, sem procurar receitas, sem tentar levar para casa exercícios milagrosos, esteve cá, viu, ouviu, perguntou, respondeu, conheceu. Está num nível superior de conhecimento, interessa-se por liderança, pelas relações emocionais com os jogadores, pela definição de características de 'feedbacks', pela intervenção táctica durante o jogo... Eu já julgava, mas agora estou certo - nesta profissão está num nível superior."

Isto tudo para dizer que não há fórmulas mágicas, tudo depende da interpretação, que cada um dá ao conhecimento a que tem acesso.

Crónica disponivel em: http://mestresdofutebol.blogspot.com/

1 comentário:

S.L.BENFICA disse...

hehehe...o segredo é a alma do negócio...agora mais a sério, é verdade que a mesma informação pode apresentar interpretações diferentes e consequentemente metodologias de treino diversas..concordo.