Frases que dizem muito...

"A forma não é física. A forma é muito mais do que isso. O físico é o menos importante na abrangência da forma desportiva. Sem organização e talento na exploração de um modelo de jogo, as deficiências são explícitas, mas pouco têm a ver com a forma física." (José Mourinho)

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

DIÁRIO DE OBSERVADOR: Competitividade no futebol de formação

A semana passada surgiram várias notícias relacionadas com o futebol de formação em Portugal.

A Liga Portuguesa é segunda no ranking dos campeonatos europeus com mais estrangeiros. Essa é a conclusão do “Estudo demográfico dos futebolistas na Europa”, que aponta o risco da formação lusa se extinguir. Raffaele Poli, um dos autores do estudo, em declarações à Lusa afirmou, “Há o risco de ser abandonada a formação de jogadores portugueses e de vir a tornar-se uma liga suplementar de jogadores brasileiros”

Os campeonatos de juvenis e juniores vão ser reestruturados para aumentarem a competitividade. Manuel Ribeiro, director da área de formação do SL Benfica afirmou que "existe um largo consenso entre os clubes formadores quanto à eficácia das alterações" e que isso "permitirá uma maior competitividade nas provas". "Acredito que se verificarão de imediato melhoras significativas, o que se traduzirá também num incremento de qualidade nas selecções jovens", acrescentou o mesmo responsável.

São duas notícias que por um lado demonstram que os responsáveis dos clubes querem mostrar que se preocupam com a formação dos jogadores outra mostra que não é bem assim…

Eu aproveito para falar em outro assunto do nosso futebol de formação que me tem feito pensar. Os chamados clubes grandes falam muitas vezes desta ausência de competitividade, cheguei a ouvir que apenas quando jogam uns contra os outros há equilíbrio nos jogos. Têm uma certa razão mas depois eu olho para os campeonatos e vejo que esses clubes têm Equipa A, B, C, D, (a tendência é para aumentar) e às vezes ainda protocolos com outras equipas noutros distritos…

A minha dúvida é, se esses miúdos que estão na equipa D por exemplo não iriam evoluir mais nas equipas onde os foram buscar. Esta semana defrontei uma equipa que provavelmente vai perder nada mais nada menos que 3 jogadores para esses grandes, ou seja, para o ano claro que não pode ser uma equipa competitiva…

Claro que esses clubes têm de ter esses jogadores que mostram qualidades pois se continuarem a evoluir como até então já estão garantidos, outra razão é impedir que o rival fique com eles, era terrível o clube x não ficar com um jogador que depois no clube y começa a ser muito importante…

Enfim, apenas mais um assunto no qual tenho “perdido algum tempo”… O que vocês pensam disto tudo?

3 comentários:

Dennis Bergkamp disse...

Boas Ricardo!

Desta vez não podia não comentar.

É dificil responder a esta questão. Por um lado compreendo a "busca desenfreada" de jovens talentos, para chegar a eles antes que o nosso rival directo. E dai a proliferação de equipas c, d e por ai fora.

Por outro lado, é como disseste, cada vez que esses jovens talentos saiem das equipas de onde se destacaram... o fosso entre as equipas "grandes" e as outras aumenta consideravelmente.

Será possível realizar acordos com os clubes, para que esses atletas continuem no clube onde estavam, mesmo que de X em X tempo vão treinar ao tal clube grande para se ir acompanhando a sua evolução?

Até que ponto se consegue fazer uma espécie de "acordo", para que o tal clube que viu esse talento despontar o possa "garantir", mas ainda assim.. manter a competitividade dessa equipa?

Eu bem sinto este ano a falta de 2 elementos que "subiram de nivel". A competitividade da equipa onde estou a trabalhar diminuiu imenso e .. será que esses miudos estão a evoluir da mesma maneira?

Deixaram de ser as referências, os mais importantes, para baixarem de estatuto dentro do grupo. Agora são "mais um".

Enfim... é uma questão dificil, e merece o debate, espero que mais pessoas participem neste post.

Abraço!

Anónimo disse...

sendo eu um treinador de camadas jovens (e que tive durante vários anos nos escalões de escolas e infantis) preocupa-me esta tematica!e tenho duas coisas:
1 - "tudo que vem à rede é peixe" isto se houver qualidade!!!! entao depois da regras dos jogadores com menos de 14 anos....o desnivel é maior!

2 - vao para la com 9/10/11 anos para depois serem preteridos em relação a jog estrangeiros... vejam o slb (quando comprou os chineses, australianos e mt mais), agora o scp (nigerianos e sul africanos) e o fcp (checos, brasileiros, suiços, etc)

preocupa-me muito este ponto 2... para quê ir buscá-los a não pagarem nada aos clubes formadores se depois são dispensados...

por essas e por outras é que em sub 17 nem à arménia ganhamos.... maneira de falar pois já não somos aquela potencia que outrora fomos, na formação é claro...daqui a 15 anos a nossas selecção "AA" vai estar repleta de brasileiros e outros naturalizados??? é para isso que perdemos tempo a formar jogadores (ja que financeiramente não é um trabalho muito bem remunerado e por vezes desvalorizado, só valoriza o trabalho quem está por dentro da situação)

outro ponto similar e aproveitando uma deixa de posts deste blog de há quase um ano sobre um jogador, na altura juvenil do cd trofense deixei tb hoje umam msg:

ja acompanho este blog há mt tempo e hije que estava a ver estes posts antigo lembrei-me de uma coisa... será que os empresários não mechem muito? este miudo, hoje com idade junior, que reside em s. felix da marinha (vn gaia) que JOGAVA no trofense (a mais de 50km de distancia da sua residencia) foi no inicio da temporada dispensado de equipa junior do trofense...por falta de qualidade relativamente aos outros... então como me explicam ter ido ao AC MILAN???

será que os empresários dizem muito no futebol de base???

é para onde caminha o nosso futebol

Anónimo disse...

Os clubes grandes deveriam ter vergonha qdo falam em falta de competitividade nos campeonatos das camadas jovens.
Não foram eles que aprovaram a lei dos 14 anos ?
Para quê ? para levarem todoa os jogadores que têm algum jeito, mesmo que para mais tarde os abandonarem e sem pagarem um tostão ( perdão cêntimo) aos clubes que lhes abriram as portas para darem os primeiros pontapés.
Mas quem decide são os grandes, vejam agora com a reorganização dos campeonatos em 2010/2001.
Qtos jogadores vão morrer na praia ?

Um abraço

CPINHO