Frases que dizem muito...

"A forma não é física. A forma é muito mais do que isso. O físico é o menos importante na abrangência da forma desportiva. Sem organização e talento na exploração de um modelo de jogo, as deficiências são explícitas, mas pouco têm a ver com a forma física." (José Mourinho)

quarta-feira, 11 de março de 2009

CRÓNICA SEMANAL: A importância dos pais no futebol jovem

Já há algum tempo que não faço um texto sobre outras especificidades do futebol de formação que não seja os jogos das minhas equipas ou os jogos que observo. Hoje vou falar de outro tema. A relação entre clube e pais.

Alguns pensaram que é um assunto que não está muito relacionado com o futebol, eu considero um assunto que tem cada vez mais importância. Não nos podemos esquecer que o futebol jovem em Portugal mudou. Neste momento são os pais que decidem onde os seus filhos jogam, até aos 14 anos os miúdos podem andar livremente de clube em clube. Assim, os pais ganharam um papel muito importante nas “transferências”. Se me colocar no papel de um pai que, com toda a certeza, quer sempre o melhor para o seu filho na hora de escolher um clube para colocar o meu filho vou ponderar as vantagens e desvantagens que os vários clubes apresentam.

Vou dar um exemplo, imaginem que têm um filho a jogar no clube A e a pouca distância temos o clube B que em termos de qualidade da equipa é muito semelhante. Esse clube B mostra interesse em contar com o meu filho na próxima época. Se a relação que tenho com a direcção do clube A não é e melhor, se não existe diálogo entre mim e essa mesma direcção e treinador, se no clube B os miúdos participam em mais actividades como por exemplo torneios em vários locais do país e estrangeiro, começo a ponderar mudar de clube. Depois temos ainda que no clube B as condições de treino são melhores, o mais natural é eu colocar o meu filho nesse clube enfraquecendo cada vez mais o clube A e aumentando a força do clube B.
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Desta forma ganha cada vez mais importância caminharmos lado a lado com os pais dos nossos atletas, saber a opinião deles, perguntar que aspectos deveram ser melhorados para tornar a prática desportiva dos seus filhos mais agradável

1 comentário:

Anónimo disse...

Concordo com o que disseste mas apenas de forma parcial. Quero dizer com isto que nós treinadores nunca nos podemos esquecer que se tivermos um plantel de 24 jogadores (ou 14 no futebol de 7) nem todos os pais estão contentes, porque metade dos miudos nao é titular e mais alguns andam fora de uma convocatória. É que no principio todos são amigos, mas depois veem as vitórias as derrotas, os falhanços, os frangos, as coisas boas do miudo que joga na posição em que o filho de A ou B joga e está a tapar o lugar ao filho. É que isto é que é a realidade do futebol! A minha opinião é que se deve desde o inicio ter um discurso com os país de coerência e de sinceridade, e tentar que os pais tenham a consciência de que os filhos estão a jogar primeiro para aprender algo e não para estarem todos os dias a serem avaliados por treinadores. Isto porque costumo dizer aos meus que quem faz as convocatórias são eles com o seu esforço e ao demonstrarem que os colegas podem contar com cada um.

Um grande abraço e parabéns pelo blog.